Todo ser humano possui feridas.

Algumas mais tenras e superficiais, enquanto outras são profundas, com cicatrizes expostas; algumas, no entanto, permanecem ocultas, guardadas no mais íntimo recôndito do âmago de sua alma.

Quando criança, morávamos na lavoura e convivíamos entre muitos irmãos.

Por vezes, tocávamos com taquara no ninho de vespas, e elas se manifestavam alvoroçadamente, sem limites nas suas reações.

Tal qual nós seres humanos, se tocarmos ou mexermos na ferida do nosso próximo, que está no âmago de sua alma, consciente ou inconscientemente guardada, causada em sua história de vida, não curada, inflamada e ardendo em contínua febre, isso causará dor, sofrimento e, para alguns, reações adversas e desconfortáveis.

É comumente entre os seres humanos, quando não estão vivendo Deus em Jesus, serem levados pelas forças malignas a tocar e mexer na ferida do próximo.

Os espíritos demoníacos são estrategistas e persuasores inteligentes, especializados em ludibriar os indivíduos e fazê-los atacar e mexer na ferida do outro, causando dor, sofrimento, conflito, revolta e, infelizmente, em muitos casos, mortes, homicídios e até suicídios.

As inimizades, porfias, conflitos, atritos, rancores, amarguras, ódios, invejas e tantos outros sentimentos similares afloram e se estufam, se manifestando nos seres humanos que padecem desses males, quando suas feridas são tocadas.

Por que permitir que os espíritos dos demônios executem seus planos estratégicos de maledicência e concupiscência, tornando-se um sujeito deles ao mexer com as feridas do próximo?

Muitas tragédias poderiam ser evitadas se o ser humano, que se julga correto e especialmente cristão, ao contemplar as feridas do seu próximo, evitasse tocá-las e mexer com elas.

Lembrando sempre que o desejo dos espíritos dos demônios é causar o mal, a partir de um mal incrustado no âmago do ser humano através de feridas.

Sendo nós cristãos autênticos, necessitamos viver como Cristo, em total amor para com o próximo, sem levantar e atirar pedras e mexer nas feridas alheias.

Antes, sejamos bálsamos de amor, suavizando a dor e o sofrimento do próximo e ajudando-o a cicatrizar suas feridas.

Afinal, por que mexer na ferida do nosso próximo se também temos as nossas próprias feridas?

Jesus jamais julgou ou condenou as feridas de alguém; antes, amou aqueles que as possuíam e, com profunda compaixão, as curava.

Somente Deus em Cristo é perfeito e, em Sua perfeição, não condena as feridas humanas.

ORAÇÃO: Deus, que os seres humanos possam olhar com amor para as feridas do próximo.

TEXTOS: Salmos 140; João 8.7; João 13.34; Mateus 26.41.